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Maviael Cavalcanti, mais uma mancada do DEM?

Quem acompanha a política pernambucana sabe o histórico de mancadas e erros cruciais praticados pelo Democratas, um partido que já nasceu errado – partido e frente são coisas diversas – e que, ao longo de sua vida política, sempre foi marcado por erros e decisões precipitadas, apesar de, muitas vezes, chegar ao topo da política pernambucana.

O DEM de Pernambuco teve um vice-presidente da República por oito anos (Marco Maciel) e chegou a governar o estado com Mendonça Filho, atual presidente da sigla, que numa campanha recheada de tropeços e mancadas foi derrotado por Eduardo Campos, do PSB, por uma margem considerável de votos, em 2006.

E foi justamente após essa histórica derrota que o DEM se afundou de vez na crise. Passou cada vez mais a ser discutido pelo seu núcleo, composto por nomes como Marco Maciel, Mendonça Filho e Gustavo Krause. Preocupou-se na mudança do nome ao invés de mudar seu próprio comportamento e se atualizar na forma de fazer política.

E a partir daí, o DEM que já havia perdido vários nomes, continuou perdendo nomes de peso na política pernambucana. Depois de ver a saída de Roberto Magalhães (retornou em seguida), Joaquim Francisco e outros tantos, o partido testemunhou a debandada de André de Paula e Augusto Coutinho, este último cunhado do presidente estadual da legenda, Mendonça Filho. Sobraria, portanto, apenas o deputado estadual Maviael Cavalcanti.

Tudo isso soa, no mínimo, estranho. Confuso. Soa, além de tudo, como incompetência e prepotência, além da ideia de que se faz um partido político com “meia dúzia de gente”.

Não me recordo da última vez que o DEM realizou uma assembleia com seus quadros, inclusive com os seus filiados. Não me recordo quando o DEM foi às ruas saber a opinião do povo. E um partido que não ouve as vozes da rua, tende ao ostracismo, à decadência.
O DEM fazia o caminho inverso. Decidia numa sala de reunião para, tão somente, levar à sociedade, quando o caminho mais correto seria o debate do povo para os gabinetes.

Hoje, assistimos mais um capítulo da saga pefelista/democrata. Estamos prestes a testemunhar o apoio do DEM ao candidato do PSB ao Governo de Pernambuco. Somos testemunhas das conversas existentes entre os presidentes dos partidos, Eduardo Campos e Mendonça Filho, e o que se observa é que este último preocupa-se apenas com sua reeleição, trocando o apoio do seu partido à garantia de mais quatro anos na Câmara Federal.

Repete-se o erro de eleições anteriores, afinal de contas, o DEM não quer saber a opinião de seus filiados, de seus vereadores, prefeitos e, principalmente, do seu único deputado estadual, Maviael Cavalcanti. Maviael teve tudo para, assim como outros, abandonar o partido. Entretanto, honrou seus eleitores e sobretudo seus ideais, que apesar de escanteados pela executiva estadual do partido, leva consigo para além da vida pública.

Prova maior disto foi exatamente na campanha de 1998, quando Maviael Cavalcanti, apesar de sua expressa votação, ficou na primeira suplência para deputado na chapa proporcional que apoiou Jarbas e Mendonça para Governo do Estado. Naquele ano, Maviael recebeu diversos convites para que ingressasse em partidos inferiores, o que seria mais fácil sua eleição. Entretanto, por respeito ao partido, bem como à sua história político-partidária, permaneceu no DEM e, consequentemente, não foi eleito para a Assembleia naquele ano.

Qual o papel de Maviael Cavalcanti hoje no DEM? Aliás, qual o papel de uma liderança num partido que não é ouvido, questionado, nem tem suas ideias e opiniões levado em conta? Teria Maviael faltado à chamada do “grupinho seleto de pefelistas” que decidiam por todos? O que ganhou Maviael em ter permanecido no DEM, mesmo com toda crise e toda decadência apresentada?

A verdade é que na política não existe reconhecimento. Na política não existe passado, quiçá presente. Na política olha-se apenas para o futuro e o futuro do DEM, se assim permanecer, é ser banido, excluído, esquecido, assim como sempre o fez com seus correligionários e filiados e, assim como estão fazendo com o deputado Maviael Cavalcanti, um dos quadros mais competentes e mais antigos da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco.

O DEM vai provar do seu próprio veneno!

Espera-se que o nobre deputado federal e presidente do DEM de Pernambuco, Mendonça Filho, recorde-se quem estava ao seu lado durante sua trajetória política, inclusive nas últimas derrotas para governo e Prefeitura do Recife (duas vezes), mas sobretudo quem permanece ao seu lado e defende os interesses do DEM no estado e no país.

Um partido político nasce para representar os interesses de uma camada da população e não para alcançar os objetivos de uma ou duas pessoas.

Acorda, DEM!

Thiago Pedrosa
Advogado.

Magno martins 

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