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Multidão dá adeus a Eduardo Campos

Se fosse um comício, o adeus ao ex-governador Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, teria sido o maior realizado até hoje em Pernambuco. Ao todo, 160 mil pessoas acompanharam as últimas homenagens ao neto de Miguel Arraes, desde a chegada no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre, por volta das 23h15, até o sepultamento, às 19h15. É o dobro do número de pessoas que estiveram no funeral do avô de Campos, que era considerado um ícone da política nacional e morreu exatamente nove anos antes do trágico acidente que vitimou Eduardo, quatro assessores e dois pilotos. Políticos de todo o País se reuniram no palanque em que estava o caixão do ex-governador. Representantes tanto de partidos aliados do PSB como de adversários lotaram o palco das autoridades. Todos participaram da missa campal celebrada pelo arcebispo Dom Fernando Saburido, acompanhado de seis bispos. O momento era de despedida, mas o tom político foi inevitável.

A presidente Dilma Roussef, tida como a principal adversária de Campos na corrida presidencial, foi hostilizada na sua chegada a sede do governo, por volta das 10h. Acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela cumprimentou os familiares do ex-governador, trocou algumas palavras com a mulher dele, Renata Campos, e passou boa parte do tempo distante do caixão. A expressão de Dilma não era das melhores e piorou quando o filho mais velho de Eduardo, João Campos, puxou bem ao seu lado o grito "Eduardo guerreiro do povo brasileiro", com a mão fechada e o punho para cima, gesto que sempre era feito por seu pai.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, também acompanhou o velório e chegou a criticar as vaias a petista. O nome que estava na boca do povo, entretanto, era o da nova candidata pelo PSB, Marina Silva. Gritos como "é tudo ou nada, Marina e Renata" repetiram-se diversas vezes ao longo do dia. Mas dona Renata, como era carinhosamente chamada pelo marido, está resistente a ideia de assumir como candidata a vice-presidência. Mesmo assim, era só no que se falava. A viúva do ex-governador irá se reunir nesta segunda-feira (18) com lideranças políticas e militantes para uma reunião. O objetivo pedir aos correligionários empenho e dedicação na campanha estadual da Frente Popular. A possibilidade do lançamento da candidatura de Renata a vice não foi descartada pela advogado Antonio Campos, irmão de Eduardo. "Ela não quer por causa da família. Ela quer dar prioridade aos filhos. Tem filhos pequenos e todos estão passando por um trauma muito grande. Ela está resistente, mas estamos tentando", afirmou, em conversa com o RJ. 
O cortejo até o Cemitério de Santo Amaro foi marcado pela emoção. As pessoas gritavam, choravam e cantavam. O caixão de Eduardo Campos seguiu no carro do Corpo de Bombeiros. Ana Arraes, Marina Silva e Paulo Câmara acompanharam Renata e os filhos João, Pedro, Eduarda e José, que entoavam gritos de guerra, agradeciam e aplaudiam a população. Foram duas horas desde a saída do cortejo até o sepultamento de Eduardo Campos. Antes disso, o ex-governador foi homenageado por três salvas de tiros e uma queima de fogos que durou exatos 19 minutos. Renata Campos e os filhos deixaram o cemitério em uma van junto com Marina Silva. Ana Arraes foi embora logo atrás com Antônio Campos. Mesmo bastante abalada, ela cumprimentava todos que se aproximavam. "Obrigada por ter vindo. Obrigada por esse ato de solidariedade", repetia.

Folha PE

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